Por David Avelar
Orlando Orfei é o fruto, de 5 gerações de circenses que começa e 1820, quando um padre, Paolo Orfei, seu bisavô, largou a batina por amor.
Infância.
Infância.
Orfei nasce a 8 de julho de 1920, em Riva del Garda, comuna italiana da região do Trentino-Alto Ádige, província de Trento, hoje com cerca de 15.246 habitantes e é iniciado nos picadeiros, como palhaçinho aos 5 anos. Num esquete, ele é o bebê que sai de dentro da calça do irmão Páride. Orfei não se conforma em ser apenas palhaço. Foi equilibrista, malabarista e mágico aos 16 anos. A fase de equilibrista termina quando uma espectadora pergunta o que aconteceria se ele espirrasse no arame, a 10 metros de altura.
Logo Orfei torna-se sócio do irmão e começa a ascensão ao sucesso.
O inventor.
O inventor.
Foram muitas as inovações que o tornaram uma lenda entre os circenses. Quando a propaganda era feita com folhetos manuais, ele inventa o out-door, ou seja o cartaz de quatro folhas, enfrentando o irmão que era contra. Quando as lonas de circo eram fabricadas de algodão, pesadíssimas, caras e perigosas, ele encomenda ao seu amigo Cannobio, uma lona de plástico. Chacota entre os colegas que acham que os vapores da respiração dos espectadores, ao se chocar com a lona fria, iriam criar gotículas de água. O auge da temporada circense, acontecia no inverno, quando as famílias sem terem outra diversão, iam ao circo. Mas era muito frio. Orfei adapta caldeiras a diesel e injetava ar quente dentro da lona.
O domador.
O domador.
Sua carreira como domador acontece, mais por necessidade, do que por vocação. Cansado das exigências de um domador alemão, Orfei decide enfrentar as feras. Logo percebe que tem uma empatia espacial com os animais. É inteligente o bastante para transformar um espetáculo grotesco, num show de humor e demonstração de amizade. Isto vai ser sua marca registrada.
Como domador, descobre que pode aproveitar as manhas e os dotes individuais de cada leão e transformar aquela demonstração de força num espetáculo, onde interage com os animais dando a impressão que fala com eles. Senta neles, faz a barba com a ponta do rabo de um, ralha face a face com outro, abraça uma leoa, deita na cama com sua amada Elza. Coloca no castigo outro, que invés de subir na banqueta, tinha a mania de simplesmente repousar a cabeça na plataforma.
Mas o momento mágico, era quando todos os leões sentavam nas banquilhas, a seu comando, ficando uns dois metros acima dele.
Não satisfeito em domar leões, Orfei adestra hienas. A mordida mais forte dos carnívoros. Extremante rápida, forte e com um grito assustador, a hiena era um sucesso. Orfei cria o número, leões cavaleiros, colocando na jaula presa e predador.
No final da década de 50, já surgiam grandes circos do clã Orfei. Moira Orfei, Liana Orfei, Nando Orfei, etc.
As águas dançantes.
As águas dançantes.
Orfei adquire o número das Águas Dançantes e passa a ser o melhor interprete, com a Cavalaria Ligeira, de Franz Von Suppê. Com este número encerrava o espetáculo. As Águas Dançantes era o número mais aplaudido e inesquecível, pela sua beleza plástica, de som, luz e movimentos aquáticos.
O ator.
O ator.
Em 1961, é convidado pelo diretor Carlo Ludovico Bragaglia para ser stunt no filme “Ursos no vale dos leões” estrelado por Ed Fury e Moira Orfei sua sobrinha. Um verdadeiro clássico do cinema italiano.
A viagem para o Brasil.
Em 1968, decide aventurar-se em terras brasileiras e estréia, no Maracanã e no Ibirapuera. O sucesso foi imediato. Ao contrário de outros domadores, que entram na jaula com cadeiras, chicotes e fisgas, Orlando entrava sem nada nas mãos. De vez em quando pegava o chicote para impressionar e somente para manter a tradição. Orlando é um tradicionalista. Nunca abandonou o Circo tradicional com picadeiro, de 12 metros, entre mastros e coberto de serragem. Ele é o criador da frase: Circo, circo, para enfatizar sua paixão pelo circo de raízes. A partir daí o sucesso foi estrondoso. Logo, montou o circo de lona em São Paulo e o Circo Orlando Orfei, torna-se um dos maiores circos do Brasil, junto com os circos Garcia, Tihany, Bartolo, Di Napoli e Stankowich.
Em 1968, decide aventurar-se em terras brasileiras e estréia, no Maracanã e no Ibirapuera. O sucesso foi imediato. Ao contrário de outros domadores, que entram na jaula com cadeiras, chicotes e fisgas, Orlando entrava sem nada nas mãos. De vez em quando pegava o chicote para impressionar e somente para manter a tradição. Orlando é um tradicionalista. Nunca abandonou o Circo tradicional com picadeiro, de 12 metros, entre mastros e coberto de serragem. Ele é o criador da frase: Circo, circo, para enfatizar sua paixão pelo circo de raízes. A partir daí o sucesso foi estrondoso. Logo, montou o circo de lona em São Paulo e o Circo Orlando Orfei, torna-se um dos maiores circos do Brasil, junto com os circos Garcia, Tihany, Bartolo, Di Napoli e Stankowich.
Decide radicar-se definitivamente no Brasil.
A cidade escolhida para ser a sede latino-americana das empresas de diversões, foi Nova Iguaçu, em 1970. Ali se encontram até hoje, as oficinas e o material de manutenção. O Circo Orlando Orfei apresentou-se 4 vezes em Nova Iguaçu. Duas ao lado do Corpo de Bombeiros, na avenida Roberto Silveira, uma em Juscelino, na av. Getúlio de Moura e outra no Luna Park, na Estrada Plínio Casado na Prata.
Tivoly Park, O sonho realizado.
O Tivoly Park, foi um sonho que tornou-se realidade Montar o maior parque da América Latina. Ali de 1972 a 1995, o parque foi recreação de duas gerações que até sentem saudades lembram com carinho, das tardes e noites à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas. Mesmo assim, como acontece com frequência no Brasil, as autoridades, mesmo contra is protestos populares, revogaram a concessão. Nunca mais os Rio de Janeiro teve um parque que reunia em torno de 15.000 pessoas num domingo.
O Luna Park em Nova Iguaçu
Em 1986 decide investir na Baixada Fluminense, criando o Luna Parque, na estrada Plínio Casado. Em pouco tempo era a melhor diversão da família Iguaçuna. Ali aconteceram grandes festivais, como “ O Luna Rock” e os Festivais de Quadrilhas de Roça . Apaixonado pela vida, Orlando Orfei tem seis filhos, resultado de três casamentos. O último com a atual esposa e companheira Herta Orfei, amor de sua vida.
O Circo e o parque na mídia.
Tanto o circo como o parque eram pano de fundo para locações de diversos eventos artísticos Novelas, jornalismo, entretenimento, filmes, discoteca, aniversários, etc. Em 1990, é convidado pela Rede Manchete a atua como pai de Ana Raio, Um circense de nome Walter Estrada, na novela de mesmo nome, direção de Jaime Monjardim.
Atividades
Atividades
Orlando Orfei é domador, pintor, escritor, dublê de cinema e televisão, empresário, diretor circense e músico, apesar de não poder tocar mais já que teve um acidente com uma de suas leoas onde perdeu a articulação de um dos dedos. Na pintura teve suas obras reconhecidas como herdeiras da arte alemã por especialistas. Durante anos, a pedido de seu amigo o Cardeal Falani, suas telas estiveram expostas na Sala Antoniana, uma das mais importantes galerias de Roma, tutelada pelo Vaticano.
Acidentes com animais
Orfei foi atacado mais de 60 vezes. A mais perigosas aconteceu em Mogi das Cruzes, onde os leões brigam por um femea que está no cio, em pleno espetáculo. Orfei acaba no meio dos leões e á salvo pelo sobrinho, Federico Orfei, que consegue tirá-lo da jaula. Foi internado e levou 160 pontos no torax. Em 1978, ao viajar em turnê para a Itália, perde parte de um dedo da mão direita, resultado de um descuido no desembarque dos leões. Mas o que mais afetou a vida do homem de porte atlético, foi um AVC, em 1990, na cidade Guayaquil, no Equador.
Homenagens
Orfei coleciona uma série de homenagens. Foi recebido pelos Papas, Pio XII, Paulo XVI e João Paulo II. Mas foi o Papa João XXIII, que ao recebê-lo 5 vezes disse-lhe, - Orlando, o teu trabalho é um apostolado de paz, continua a levar ao mundo, a alegria, às famílias cristãs. Foi condecorado pelo Governo Italiano como Cavalheiro Oficial da República. No Rio de Janeiro, São Paulo e Goiânia, é cidadão honorário. Recebeu o titulo de Cidadão Carioca pelo município do Rio de Janeiro e de Cidadão Iguaçuano, por Nova Iguaçu em 2010.
Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cultural, da Cultura, em 2012. mas a maior das homenagens acontece pelas redes sociais, ou mesmo anônimas que publicam vídeos e até composições musicais. A mais pitoresca é um hip hop em que o DJ utliza frases, utilizadas por Orlando Orfei no espetáculo e mixa com Thecno music.
A paz do velho leão
Acidentes com animais
Orfei foi atacado mais de 60 vezes. A mais perigosas aconteceu em Mogi das Cruzes, onde os leões brigam por um femea que está no cio, em pleno espetáculo. Orfei acaba no meio dos leões e á salvo pelo sobrinho, Federico Orfei, que consegue tirá-lo da jaula. Foi internado e levou 160 pontos no torax. Em 1978, ao viajar em turnê para a Itália, perde parte de um dedo da mão direita, resultado de um descuido no desembarque dos leões. Mas o que mais afetou a vida do homem de porte atlético, foi um AVC, em 1990, na cidade Guayaquil, no Equador.
Homenagens
Orfei coleciona uma série de homenagens. Foi recebido pelos Papas, Pio XII, Paulo XVI e João Paulo II. Mas foi o Papa João XXIII, que ao recebê-lo 5 vezes disse-lhe, - Orlando, o teu trabalho é um apostolado de paz, continua a levar ao mundo, a alegria, às famílias cristãs. Foi condecorado pelo Governo Italiano como Cavalheiro Oficial da República. No Rio de Janeiro, São Paulo e Goiânia, é cidadão honorário. Recebeu o titulo de Cidadão Carioca pelo município do Rio de Janeiro e de Cidadão Iguaçuano, por Nova Iguaçu em 2010.
Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cultural, da Cultura, em 2012. mas a maior das homenagens acontece pelas redes sociais, ou mesmo anônimas que publicam vídeos e até composições musicais. A mais pitoresca é um hip hop em que o DJ utliza frases, utilizadas por Orlando Orfei no espetáculo e mixa com Thecno music.
A paz do velho leão
Mas a vida agitada, ficou para trás. O circo encerrou suas atividades em 2008. E, de todos os lugares do mundo, onde Orfei poderia repousar, ele escolhe a amada casa em Nova Iguaçu. Sempre acompanhado do Lobo, um pastor alemão manto negro, que o acompanha para onde for, ele dedica-se, à sua família, a ler e a escutar música clássica. De preferência com os velhos cantores de ópera. Beniamino Gigli, Amelita Galli, Leoncavallo, Caruso. Um tom bucólico reveste sua aura. O velho domador agora descansa, certo que cumpriu o seu dever. Para ele e verdadeira recompensa são os aplausos. Alheio às agruras do dia a dia ainda escuta-os ecoando no fundo do seu coração.
David Avelar, Dilma Russef, Herta Orfei e Orlando Orfei |
Orkando Orfei e o Papa João XXIII |
Com a atriz Claudia Cardinale e o filhos, Mário, Alberto e Viviane. |
Elizabeth Taylor e Orfei |
Raríssimo cartaz do Filme "Ursus en el Valle de los leones" Onde Orfei foi dublê de Ed Fury. |
Jornal Italiano "La Domenica del Corriere", capa. Orfei com o Papa João XXIII. |
O abraço que virou símbolo de amizade entre domador e animal |
Em São Paulo com o diretor italiano Roberto Rossellini |
No comando das Águas Dançantes |
Em Rimini com sua amada leoneza Sofia |
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